quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Romeu e Julieta - Dramatização na aula

ZonaOS ALUNOS QUE QUISEREM CANDIDATAR-SE A REPRESENTAR UMA DAS PERSONAGENS DEVEM FAZÊ-LO NA CAIXA DE COMENTÁRIOS DESTE POST, SENDO QUE AMANHÃ, 6.ª FEIRA, SERÃO REVELADOS OS «ACTORES». AS CANDIDATURAS ESTARÃO OCULTAS ATÉ ESSA ALTURA.
OS ALUNOS SEM PERSONAGEM DIRÃO AS FALAS DO CORO. 
OS ALUNOS DAS PERSONAGENS PRINCIPAIS DEVEM SABER MINIMAMENTE O TEXTO. NÃO É OBRIGATÓRIO QUE O DECOREM, JÁ QUE O TEXTO VAI ESTAR PROJECTADO E PODEM TRAZÊ-LO IMPRESSO.

ROMEU E JULIETA  - TEXTO PARA DRAMATIZAÇÃO NA AULA

 Personagens:
Narrador - Bernardo
 Ama 
Benvólio 
Capuleto 
Frei Lourenço 
 Julieta - Beatriz  
Príncipe - Tiago
Romeu - Joao Pinto
Coro - Todos os outros alunos

CORO - Duas casas, iguais em dignidade - na formosa Verona vos dirão - reactivaram antiga inimizade, manchando mãos fraternas sangue irmão. Do fatal seio desses dois rivais um par nasceu de amantes desditosos, que em sua sepultura o ódio dos pais depuseram, na morte venturosos. Os lances desse amor fadado à morte e a obstinação dos pais sempre exaltados que teve fim naquela triste sorte em duas horas vereis representados. Se emprestardes a tudo ouvido atento, supriremos as faltas a contento.

NARRADOR - Na cena seguinte, Romeu e Julieta acabam de se conhecer. É amor à primeira vista.

ROMEU - (virado para Julieta) - Se minha mão profana o relicário em remissão aceito a penitência: meu lábio, peregrino solitário, demonstrará, com sobra, reverência.

 JULIETA - Ofendeis vossa mão, bom peregrino, que se mostrou devota e reverente. Nas mãos dos santos pega o paladino. Esse é o beijo mais santo e conveniente.

ROMEU - Os santos e os devotos não têm boca?

JULIETA - Sim, peregrino, só para orações.

ROMEU - Deixai, então, ó santa! que esta boca mostre o caminho certo aos corações.

JULIETA - Sem se mexer, o santo exala o voto.

ROMEU - Então fica quietinha: eis o devoto. Em tua boca me limpo dos pecados.

JULIETA - Que passaram, assim, para meus lábios.

ROMEU - Pecados meus? Oh! Quero-os retornados. Devolve-mos.

JULIETA - Beijais tal qual os sábios.

AMA - Vossa mãe quer falar-vos, senhorita.

ROMEU - Quem é a mãe dela?

AMA -.Ora essa, cavalheiro! A dona desta casa, certamente, uma digna senhora, honesta e sábia. Amamentei-lhe a filha, a senhorita com que falastes. E uma coisa eu digo, com certeza: quem vier a desposá-la, ficará cheio de ouro.

NARRADOR - Romeu e Julieta descobrem que pertencem a famílias inimigas.

ROMEU - É Capuleto? Oh conta cara! Minha vida é dívida de hoje em diante no livro do inimigo. 

BENVÓLIO - A festa já acabou; vamos embora. 

ROMEU - Acabou? Para mim começa agora.

CAPULETO - Não, cavalheiros, não saiais tão cedo; ainda teremos uma ceiazinha. Mas partis mesmo? A todos, obrigado. Muito obrigado, honesto cavalheiro. Boa noite. - Trazei-me aqui mais tochas! Sendo assim, vou deitar-me. É certo, amigo: já está ficando tarde. Vou deitar-me.

CORO - Moribundo se encontra o antigo afeto, querendo o novo amor ser seu herdeiro; da beldade fatal o externo aspecto frente a Julieta é monstro verdadeiro. Ama Romeu, sendo também amado. Cada um nos olhos do outro acha feitiço; queixa-se ele do inimigo proclamado; na mais pungente dor cria ela viço. Sendo inimigo, acesso junto dela não obtém ele para suas juras; nem ela sabe, como, com cautela, lhe poderá dizer palavras puras. Mas o amor, em tamanha extremidade. sabe fazer da dor felicidade. Romeu chega ao jazigo dos Capuleto e encontra Julieta «morta»

NARRADOR - A tragédia entra na sua recta final. O destino está contra os dois apaixonados. O plano corre mal e Romeu encontra Julieta no jazigo, pensando que está morta.

ROMEU - Quantas vezes, no ponto de morrer, ledos se mostram os homens? É o clarão da despedida, dizem quantos o doente estão velando. Oh! poderei chamar clarão a esta hora? Ó meu amor! querida esposa! A morte que sugou todo o mel de teu doce hálito poder não teve em tua formosura. Não; conquistada ainda não foste; a insígnia da beleza em teus lábios e nas faces ainda está carmesim, não tendo feito progresso o pálido pendão da morte. Tebaldo, jazes num lençol de sangue? Oh! que maior favor fazer-te posso do que com esta mesma mão que a tua mocidade cortou, destruir, agora, também, a do que foi teu inimigo? Primo, perdoa-me. Ah! querida esposa, por que ainda és tão formosa? Pensar devo que a morte insubstancial se apaixonasse de ti e que esse monstro magro e horrível para amante nas trevas te conserve? Com medo disso, ficarei contigo, sem nunca mais deixar os aposentos da tenebrosa noite; aqui desejo permanecer, com os vermes, teus serventes. Aqui, sim, aqui mesmo fixar quero meu eterno repouso, e desta carne lassa do mundo sacudir o jugo das estrelas funestas. Olhos, vede mais uma vez; é a última. Um abraço permiti-vos também, ó braços! Lábios, que sois a porta do hálito, com um beijo legítimo selai este contrato sempiterno com a morte exorbitante. Vem, condutor amargo! Vem, meu guia de gosto repugnante! Ó tu, piloto desesperado! lança de um só golpe contra a rocha escarpada teu barquinho tão cansado da viagem trabalhosa. Eis para meu amor. (Bebe.) Ó boticário veraz e honesto! tua droga é rápida. Deste modo, com um beijo, deixo a vida. (Morre.)

FREI LOURENÇO (adiantando-se) Romeu! Romeu! Oh dor! Que sangue é este que mancha a entrada pétrea do sepulcro? Que quererão dizer estas espadas sem dono, a estilar sangue e descoradas, neste lugar de paz? (Entra no túmulo.)

NARRADOR - Julieta acorda e vê Romeu morto.

JULIETA - Vai, que eu daqui não sairei jamais. (Sai frei Lourenço.) Que vejo aqui? Um copo bem fechado na mão de meu amor? Certo: veneno foi seu fim prematuro. Oh! que sovina! Bebeste tudo, sem que me deixasses uma só gota amiga, para alivio. Vou beijar esses lábios; é possível que algum veneno ainda se ache neles, para me dar alento e dar a morte. Teus lábios estão quentes.

JULIETA - Ouço barulho. Preciso andar depressa. Oh! sê bem-vindo, punhal! (Apodera-se do punhal de Romeu.) Tua bainha é aqui. Repousa ai bem quieto e deixa-me morrer. (Cai sobre o corpo de Romeu e morre.) 

PRÍNCIPE - Esta manhã nos trouxe paz sombria: esconde o sol, de pesadume, o rosto. Ide; falai dos factos deste dia; serei clemente, ou rijo, a contragosto, que há de viver de todos na memória. Uma melancólica paz traz esta manhã consigo. O sol, por tristeza, recusa-se a mostrar o rosto. Porque nunca houve história mais triste Do que esta de Julieta e do seu Romeu.